sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Sobre Dom Antônio de Castro Mayer e a CNBB [David Allen White]

 

"Na CNBB, os bispos esperavam um momento para atacar Dom Antônio, por este defender incansavelmente a ortodoxia. Esse momento chegou com um ataque ao Syllabus de Erros do Papa Pio IX. Essa vasta lista de heresias modernistas e erros de pensamento por anos gerou uma animosidade demoníaca por parte dos reformadores da Igreja, pois esse Papa, junto do Papa São Pio X em sua encíclica Pascendi, catalogou e documentou todos os pensamentos corrompidos e intenções destrutivas daqueles mesmos reformadores. Eles ressentiam tal exposição concisa e reluzente. Um jovem padre brasileiro modernista atacou abertamente o Syllabus por escrito e Dom Antônio, o cavaleiro da ortodoxia, levantou-se em sua defesa. Publicou uma resposta na qual demolia os argumentos do padre, explicava seus erros e expunha suas falhas intelectuais. Dom Antônio revelou a completa fraqueza do pensamento do jovem clérigo, mas este jovem padre tinha amigos poderosos em altas posições. No encontro seguinte da CNBB, um bispo levantou-se na assembléia e começou a publicamente atacar Dom Antônio, algo que muitos desejaram fazer no passado, mas que ninguém antes teve, na realidade, coragem. Isso foi uma violação do companheirismo oco que comumente reinava em tais encontros de bispos, assim como um claro ataque à noção modernista de colegialidade. A declamação aumentou em força e o bispo chegou mesmo ao ponto de exigir desculpas públicas de Dom Antônio de Castro Mayer. Dom Antônio permaneceu calado. Os outros bispos sentiram o cheiro do primeiro sangue que fora derramado. O ranger de dentes e as mordidas agora começaram de fato. Aqui finalmente estava a oportunidade de cravar os dentes na pele deste estrepitoso colega. Dom Antônio nada disse; manteve sua compostura ante seus acusadores e esperou pelo fim do ataque. Quando acabou, levantou-se, e sem expressar uma palavra, deixou a assembléia.

Nem apareceu no encontro seguinte programado. Sua ausência agora pesava em seus irmãos bispos tão severamente quanto sua presença no passado. De maneira curiosa, eles precisavam dele lá, pois sem ele já não tinham mais um foco para sua raiva. Entenderam sua partida como uma reprovação, e estavam certos. Outro bispo, de tipo gentil, amigável, procurou aliviar a tensão e fez uma visita ao Bispo de Campos. Ele implorou a Dom Antônio, dizendo: 'Você deve voltar'. Dom Antônio respondeu: 'Por quê? Minha posição é a expressa doutrina da Igreja Católica. Devo explicar a doutrina da Igreja diante de meus irmãos bispos?'."

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Dr. David Allen White. The Mouth of the Lion – Bishop Antonio de Castro Mayer and the last Catholic diocese, Angelus Press, 1993.



O Papa Francisco [Dom Tomás de Aquino, OSB]

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PAX 

 

O grande escritor Gustavo Corção escreve em seu livro “O Século do Nada”:

 

“Perguntando ao mar, as árvores, ao vento, o que querem esses homens que se agitam e meditam coisas vãs, parece-me ouvir uma resposta de pesadelo. Eles querem produzir uma sinarquia, uma espécie de unanimidade, uma espécie terrível de paz e bem-estar. Qual?

Querem chegar ao pecado terminal.”

 

Que faz o Papa Francisco, por sua vez, senão colaborar para esta sinarquia, para esta unanimidade na revolta com a qual Satã sonha de terminar a história humana? Esta revolta que se apresenta como suprema fraternidade e suprema felicidade, ela é, na verdade, uma suprema hipocrisia. Assim como no pecado original o demônio obteve a unanimidade dos homens (Adão e Eva), agora ele quer obter o sufrágio unânime da humanidade na revolta contra Deus. Não contente com o pecado original ele quer obter o pecado terminal.

Satã e os seus servem-se da noção de fraternidade, noção tão cara aos homens, pois ela nos lembra que somos irmãos e que temos um mesmo pai. Mas qual é o pai da nova humanidade? É o verdadeiro Deus? É Nosso Senhor Jesus Cristo com o Pai e o Espírito Santo? Qual é a fraternidade que nos é proposta? É ela fundada na Redenção? Fora da Redenção não há fraternidade. Que fraternidade nos é proposta então pelos promotores da nova fraternidade? Que pai une estes irmãos? Que pai inspira esta fraternidade?

 

“Vós tendes por pai o demônio e quereis satisfazer os desejos de vosso pai” (Jo 8,44).

 

Infelizmente o papa Francisco trabalha pela unanimidade da revolta, do pecado terminal, como diz Corção. Sua fraternidade universal não é a da Igreja. Ela é a do mundo inimigo de Deus, do mundo que combate Deus.

Escutemos São Pio X nos dizer como terminará este combate, pois se trata de um verdadeiro combate contra o Criador e Redentor de todas as coisas.

Qual seja o desenlace desse combate contra Deus empreendido por fracos mortais, nenhum espírito sensato poderá duvidar. É certamente fácil, para o homem que quer abusar da liberdade, violar os direitos e a autoridade suprema do Criador; mas ao Criador caberá sempre a vitória. Digamos mais: a derrota se aproxima do homem justamente quando mais audaciosamente se ergue certo do triunfo. E é disto que Deus nos adverte: ‘Ele fecha os olhos para os pecados dos homens’ como que esquecido de seu poder e de sua majestade, mas logo depois desse aparente recuo, ‘despertando como um homem cuja força e embriaguez aumentara, ele esmagará a cabeça de seus inimigos, a fim de que todos saibam ‘que o Rei da terra inteira é Deus’ e que ‘os povos compreendam que não são senão homens’”.

 

Nova Friburgo, 25 de outubro de 2020, Festa de Cristo Rei.

† Tomás de Aquino, OSB

Prior

 

U.I.O.G.D.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

O Anjo das Trevas [Pe. Júlio Maria de Lombaerde]

 

O anjo das trevas é conhecido por todos. E no dizer de São João, aquela antiga serpente, que se chama o demônio e Satanás, que seduz todo o mundo e foi precipitado na terra... Ai da terra e do mar, continua o vidente de Patmos, porque o demônio desceu a vós, com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo, para perder as almas (Apoc 13, 9. 12).

Eis um tento e uma figura apocalípticos, que se podem aplicar literalmente à época que atravessamos. Parece que o fim dos tempos está se aproximando, e que o demônio, ou anjo das trevas, tem pressa em aproveitar o tempo para perder a humanidade.

Hoje, sentimos em cima e dentro da sociedade um sopro, devia se dizer, um furacão de revolta, de sensualidade, de ódio que seria misterioso, se não fosse diabólico. Mas é diabólico! É o anjo das trevas que se agita e se desdobra numa atividade febril, para fomentar as paixões humanas, esconder o ideal do homem e acender o ódio contra os sacerdotes, contra a Igreja e contra o próprio Deus.

É a obra do anjo das trevas. Mas o demônio não aparece pessoalmente, senão raras vezes e com licença de Deus, Ele tem os seus representantes, os seus emissários, conscientes ou inconscientes, a quem dita as suas vontades, e que lhe servem como escravos. Quem recusa ser filho de Deus, torna-se escravo do demônio! Quem nega a luz fica nas trevas. Não há outra saída.

Sem entrar nos pormenores de uma enumeração completa, como conviria a uma obra didática, pode-se dizer que os autênticos representantes do anjo das trevas são as conhecidas seitas destrutoras:

 

1 - 0 espiritismo, destrutor da inteligência;

2 - O protestantismo, destrutor da união;

3 - A maçonaria, destrutor a da autoridade:

4 - O divorcismo, destrutor da família;

5 - O sexualismo, destrutor do pudor;

6 - O comunismo, destrutor da liberdade.

 

Nas páginas que se seguem, sem ter a pretensão de fazer unm exposição completa, didática, quero tratar destes seis anjos das trevas? ou demônios, que atacam hoje o eterno rochedo da Igreja, procurando derrubar as suas instituições e abalar os seus princípios. E com que hão de substituir o que pretendem demolir? Estão mostrando diariamente o que fazem, Podemos julgá-los pelos seus frutos.

 

O espiritismo é um produtor de loucura;

O protestantismo é um produtor de ódio;

A maçonaria ê ums produtora de revolta;

O divorcismo é um produtor de discórdia;

O sexualismo ê um produtor de libertinagem;

O comunismo é um produtor de escravidão.

 

Este livro nasceu sem um plano premeditado. É o resultado de respostas a várias consultas. Estas respostas formavam dois volumes: Lampejos e Polêmicas, havendo em cada um destes volumes assuntos de refutação aos erros e de explanações de certas verdades religiosas.

Resolvi juntar num mesmo volume a refutação dos erros, e num outro a exposição de verdades religiosas.

Deste modo sairão estes dois volumes: O Anjo das Trevas, contendo os artigos dos Lampejos que se referem aos erros modernos.

O Anjo da Luz, contendo os outros artigos de teologia popular, que se referem à santificação das almas.

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Pe. Júlio Maria. O Anjo das Trevas: Lampejos de doutrina, de ciência e de bom-senso, Petrópolis: Vozes, 1950, pp. 7-8.





segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Beatificação de Cristóvão Colombo [Fr. JOAQUIM, Bispo de Barcelona - 1876]

 

O Boletim eclesiástico do bispado de Barcelona publica o seguinte documento:

Suplica para obter de Sua Santidade a assinatura do decreto de beatificação do servo de Deus Cristóvão Colombo.

 

Santíssimo Padre. – Piamente se crê que o arrojado navegante genovês Cristóvão Colombo foi escolhido pela divina Providência para descobrir as regiões d’além do Oceano, desconhecidas no seu tempo, afim de que aí brilhasse a luz do Evangelho, e, dissipadas as trevas em que jaziam os seus habitantes, eles fossem atraídos por meio do sagrado batismo ao grêmio da Igreja católica, fora da qual não pode haver salvação.

Sabido é quantas tribulações e trabalhos, com grande paciência e invencível constância, sofreu Colombo pacificamente e com ânimo imperturbável para levar a cabo sua missão providencial; e quantos exemplos de virtudes deu a seus contemporâneos e legou aos vindouros, sendo por esse motivo desde então seu nome cercado de veneração.

Também essa Sé Apostólica, reconhecendo a superior missão deste preclaríssimo varão, o honrou com o cargo de legado apostólico que fielmente desempenhou, abrasado de ardentíssimo zelo, com uma fé firme, inabalável esperança e caridade celestial.

Movidos destas razões, primeiramente o Exm. Príncipe Cardeal Fernando Donnet, Arcebispo de Bordeaux, e depois outros muitos prelados da Igreja católica, pediram a Vossa Santidade se dignasse introduzir a causa do referido preclaro varão e servo de Deus, para que lhe pudessem ser decretadas por essa Santa Sé Apostólica as honras públicas da Igreja, guardada a ordem excepcional.

A estes votos e suplicas junta humildemente a sua petição o Bispo abaixo assinado, o qual, ainda que indigno, ocupa a sede desta famosíssima cidade de Barcelona, onde se achavam os reis católicos Fernando e Isabel, quando Colombo, voltando com a ajuda de Deus incólume do Novo Mundo, depois de sua primeira navegação dificílima e cheia de perigos, lhes apresentou as primícias dos povos daquelas regiões, até então desconhecidas, e onde provavelmente foram batizados os naturais das Índias.

Achamo-nos presentemente nem tempo em que muitos, obcecados pelos erros do naturalismo e racionalismo, atribuem todos os acontecimentos do mundo a causas puramente naturais, negando a intervenção de Deus, causa primaria de todas as coisas, Supremo Autor e primeiro motor: e assim contribuirá muito para combater estes erros que seja reconhecido o dedo de Deus naquele importantíssimo sucesso que abriu no Novo Mundo imensas regiões à propagação da fé católica, e que Colombo, seu instrumento e ministro, dotado de tão relevantes virtudes, seja honrado e venerado como enviado de Deus para tamanha empresa.

Tudo isto, Santíssimo Padre, move o Bispo abaixo assinado a suplicar com instancia e encarecimento a Vossa Santidade que se digne firmar, com dispensas necessárias, a introdução da causa do mui esclarecido servo de Deus Cristóvão Colombo, e no entretanto implora para si e para o rebanho a ele confiado a vossa apostólica benção.

Barcelona, 3 de Setembro de 1876.

 †Fr. JOAQUIM, Bispo de Barcelona*.

 * Joaquín Lluch y Garriga, O.C.D. (1816–1882)



 

domingo, 4 de outubro de 2020

I Encontro Santa Ana – Mosteiro da Santa Cruz - 2019.

 Tema Geral

A Santificação da Esposa no Matrimônio


- PRIMEIRO DIA


I Palestra: A Santificação finalidade próxima da vida Cristã.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.



II Palestra: União com Deus pelo amor e a conformidade com a vontade Divina.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.


III Palestra: Antes de ser esposa, é mulher.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.


- SEGUNDO DIA


I Palestra: A Esposa só se Santificará no Matrimônio.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.

 

II Palestra: Vida em Família: O Santuário.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.


III Palestra: O Santuário Devastado: o mundo moderno invade a família.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.


IVPalestra: A Revolução nos Lares.

Palestrante: Prof.Carlos Bezerra. 


- TERCEIRO DIA


Última Palestra: O Combate da Vida Católica em Família.

Palestrante: Rev. Pe Joaquim FBMV.