[…] não há nada de estável na política do
mundo moderno, não há, portanto, Verdade. E negar a existência de uma verdade
imutável é o mesmo que negar a existência de uma ordem, já que a verdade é o
pensamento de acordo com o real,
o real natural e sobrenatural, natureza e graça, quer dizer, aquela ordem que a Cristandade
conheceu, a ordem estabelecida pelo suave jugo de Cristo.
Nestas condições não se pode estabelecer uma ordem durável;
se condena à desordem de uma instabilidade permanente, que é o estado
natural da revolução. As guerras e os conflitos mais e mais próximos e sangrentos
são inevitáveis à medida que se quer o devir, a mudança pura e simples, e não o
Ser.
O desejo de paz está
seguramente no coração de cada um, mas supor a paz sem Deus é um
absurdo, porque sem Ele, a justiça se afasta e toda esperança de paz se
converte em quimera.
Justamente o mundo contemporâneo proclama a paz em
nome dos sonhos pacifistas de um sincretismo religioso e filosófico, sob
pretexto de manifestar o que une e não fazer alusão ao que separa ou distingue.
Começa assim o maior pecado que há contra Deus, que veio sobre a terra
para separar o bem do mal, o erro e a mentira da verdade; e hoje, ao contrário,
se mescla o bem e o mal, a verdade e o erro, os sexos, tudo se mescla. Já que
as guerras são consequências dos pecados dos homens, o pecado do espírito não
pode senão afastar a paz e trazer sobre as nações os piores castigos.
Não é por acaso que no
começo do século XX, em 1917, a própria Mãe de Deus veio nos advertir, em
Fátima, que se não houvesse mudança de vida, se não se escutasse suas suplicas,
haveria guerras e perseguições que causariam o aniquilamento de grandes nações.
A paz
do mundo, como nas famílias e nos indivíduos, será sempre proporcional à submissão
à ordem, será sempre proporcional ao grau de união com Deus; desprezado o suave
jugo de Nosso Senhor Jesus Cristo, a realeza de Cristo, quer dizer, repudiando até
mesmo a noção de Cristandade, nosso mundo entrou em revolta, em rebelião, em revolução;
caiu sob o poder do príncipe deste mundo, Satanás, que como dizia Cristo, é
homicida desde o começo.
Aqui se nota a especial relevância
que tem a noção de Cristandade para todo ordenamento político, tanto nacional
como internacional, noção que envolve a submissão das nações e do mundo ao
suave jugo de Jesus Cristo.
Por isso, a festividade de Cristo Rei proclama a
necessidade de que o mundo se submeta a Jesus Cristo não apenas como verdade religiosa,
mas como verdade política; proclama a necessidade absoluta para o homem –
criatura e pecador – de encontrar seu vigor temporal em Jesus Cristo, o
Unigênito do Pai que tomou nossa humanidade no seio da Virgem Mãe. Sem Jesus
Cristo o indivíduo, as nações e o mundo marcham aceleradamente para a catástrofe.
***
Pe. Julio Menvielle [1905-1973]. Claves
Para Entender El Error Progresista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário