quinta-feira, 12 de novembro de 2020

De geração em geração [Pe. Palma -- 1942]

 

cruzada eucarística em Turim [ITA]

Há dois mil anos existe a Igreja Católica, dando ao mundo santos e sábios. Converteu os bárbaros, implantou a civilização, procurou melhorar os homens de cada século pela educação e instrução. E é alvejada pelos maus. Ensina-a virtude até o heroísmo; a obediência devida aos superiores "etiam discolis"; a caridade no desprendimento das cousas materiais em favor dos pobres; a pureza, sobretudo, desconhecida e afrontada pelo mundo, até a castidade a mais perfeita insultada pelos homens de todos os tempos. Quer a Igreja o perdão das ofensas, o amor aos inimigos, fazendo o bem a todos os que nos fazem o mal, rezando por quem nos persegue. Zela e guia para os bons costumes pais e filhos, ricos e pobres, grandes e pequenos, nobres e plebeus. Todos os homens irmanados debaixo da Cruz de Cristo. E a Igreja continua sendo alvejada pelos inimigos do eterno bem!

Se há diferentes condições de vida, não há diferença de classes; todos irmãos pela criação, pela redenção e todos herdeiros da mesma gloria que Deus concederá aos seus servidores na terra do exílio. Com justiça e fortaleza se colhem os melhores frutos de santidade na estrada real da vida terrena; com temperança e prudência se vencem os obstáculos para a vida exemplar. Se há fé no coração humano também haverá as boas obras santificantes, que são filhas diletas da fé ensinada pela Igreja de Cristo; essa caridade das obras se traduz numa esperança viva de um mundo melhor. Nossa esperança tem um limite no tempo, como a fé deixa de existir com a luz da vida, mas tudo se funde na caridade que começa no tempo para continuar na eternidade, no seio de Deus, sem jamais ter fim. O amor ao próximo pelo amor de Deus.

Contra essa Igreja secular se voltam os homens incrédulos de cada século, procurando desfazer as promessas de Cristo. Cousa incrível. Crê o muçulmano na palavra de Maomé; crê o filósofo na palavra de Platão; crê o protestante na palavra ide Lutero; crê o espírita na palavra de Kardec; crê o historiador na palavra dos cronistas; crê o sábio nas hipóteses da ciência experimental de nossos dias... como creem, assim vivem... E todos esses incrédulos deixam de crer em Nosso Senhor Jesus Cristo, morto no Calvário, a dois mil anos, o qual fundou a Igreja Católica, Apostólica, Romana.

Como vive a Igreja e como vivem os inimigos, hoje e ontem?

Vede o judeu. Cometeu o deicídio e vive errante pelo mundo em fora, corrido da própria sombra; fazendo o maior mal possível; faria a cada cristão o que fizera ao Nazareno no Calvário.

Vede a sociedade secreta. As sociedades secretas solapam e destroem toda a influência benéfica da Igreja no indivíduo, na família, na sociedade, nos governos, contrastando todas as leis cristãs. De mãos dadas aos anarquistas judaisantes as sociedades secretas de todos os Rotarys Clubs, conhecidos e desconhecidos hostilizam a Igreja, abafando os sentimentos humanos.

Vede o protestante. Com suas mil seitas e cisões os protestantes açulam contra os católicos um ódio muçulmano ao cristianismo, desfazendo as doutrinas dos apóstolos a nossos dias.

Vede os espiritismos. Como os protestantes e muçulmanos, os espiritas de Kardec negam todas as verdades doutrinadas da Igreja de Cristo, desfazendo as verdades reveladas do catolicismo.

Vede a classe dos sábios. Os sábios arrogantes e enfatuados lançam um aceno tolo e desdenhoso a todo o ensino religioso-católico e desprezam o cristianismo de nossos dias.

São materialistas e descrentes nas teorias regeneradoras da religião. E todos os ímpios com a maior impiedade não conseguem empanar a santidade da Igreja e nem abalar as verdades reveladas e mantidas pela Igreja de Jesus, que triunfante perpassando as gerações chegou gloriosa ao século vinte, dando ao mundo mártires devotados, santos esclarecidos e sábios verdadeiros. E a Igreja continua sendo mestra de cada geração no caminho do bem.

Qual o resultado colhido pelos figadais inimigos da Igreja? Visível é a derrocada dos maus em cada século; vão acabar no ateísmo feroz. Quais os frutos colhidos pela Igreja tão perseguida? Ela possui uma força imanente mantida por um fator divino, que contrasta e repele toda a maldade secular dos maus. Os inimigos (combatendo ferozmente) conferem-lhe uma gloria imarcescível. Pior seria se a Igreja fosse bafejada e protegida pelos maus!!

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Pe. Palma – Jornal O Lar Católico [1942]

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