Como! O Modernismo se
terá envolvido verdadeiramente no culto da divina Mãe de Jesus?
Mostrei
precedentemente a ligação estreita que existe entre a verdade e a Virgem Maria.
Atacar uma é atacar a outra. O inferno varia seus ataques: ora ataca
diretamente a Jesus Cristo, a fim
de atingir indiretamente, mas, entretanto de um modo seguro à Virgem Maria; ora
ataca diretamente a Maria a fim de destronar seu divino Filho.
O modernismo se
distingue das heresias passadas no modo de atacar a doutrina, querendo tudo
submeter ao critério da razão. É o produto direto do espírito que domina nosso
século: o orgulho e a independência. Quer-se julgar, julgar tudo e tudo pesar;
não com aquele respeito e veneração que caracterizavam nossos pais, mas com um
espírito prevenido e com uma mão brutal.
Compreende-se que o
culto da Virgem, dote das almas puras humildes e submissas, não recebe da parte
desses críticos, senão um sorriso de compaixão e desdém.
Como não podem
atacá-lo diretamente, pois é enraizado no evangelho e deriva de seus dogmas, os
mais sagrados; acusam-no de exagerado, de delírio e entusiasmo exaltado, e
pede-nos muito cortesmente para usar em nossa devoção de um proceder mais
razoável e mais seguro.
Não é isto o
modernismo com toda sua força, tão insinuante como traidora; tão deletéria como
anticristã?
Ah! dizei-me se não
tenho razão de soltar este grito de alarme; e de soltá-lo com toda indignação
contra o inferno e seus agentes; e de compaixão por suas vítimas? Sim às armas!
Às armas!
Vi levantar-se da
sombra a besta do apocalipse... ela perseguia a mulher bendita, procurava
aniquilá-la, mordê-la ao menos no calcanhar!
Mas não, não será
assim. Nós estamos aqui; nós, seus padres, estamos de pé e a exemplo de nosso
Pai Pio X, tão terno e enérgico, estamos prontos à luta, prontos a combater e a
morrer.
Não somos nós a
vanguarda da Virgem?
Compete-nos receber
os primeiros golpes, ser os primeiros combatentes e mostrar à serpente infernal
que os filhos da Virgem são seus inimigos natos; e que existe para sempre uma
inimizade irreconciliável entre a raça da Imaculada e a raça do inferno.
Terna mãe, contai
conosco. Vossa sentinela está desperta... e como a de um grande imperador,
intimada a se render, exclama: A guarda morre mas não se rende!
Com o nosso chefe
supremo, o infalível Pontífice romano, temos rejeitados, execrado e amaldiçoado
o modernismo no seu princípio e em todas as aplicações. Sob qualquer forma que
se manifeste, é um inimigo para se combater.
Introduz-se no culto
de nossa Mãe, ia dizer, de nossa divina, encantadora e incomparável Mãe.
Ataquemo-lo,
esmaguemo-lo! E seja tal o seu aniquilamento que nunca mais se atreva a tornar
a levantar-se, nem a manchar com o seu lodo, a cândida e radiosa imagem da
Virgem Imaculada.
Ah! A emoção
apoderou-se demasiadamente de mim; oprime-me e impede-me quase de raciocinar
com toda a calma que pede o exemplo.
Queiram perdoar-me;
mas meu coração de filho revoltasse ao pensamento que se ataca minha mãe, e
que, sob pretexto bem regular o seu culto, queriam encerrá-lo entre grades de
ferro, feitas para lhe tirar todo o desenvolvimento e por consequência para
matá-lo. Mas precisemos claramente os princípios do erro e ataquemo-los logo
com toda a indignação que merecem.
***
Pe. Júlio Maria de Lombaerde. Grito de alarme: ante um insulto infernal
contra o culto da Virgem Imaculada, p. 15-17.
Pe. Júlio Maria de Lombaerde (1878-1944)
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