“A independência do Brasil, por razões
profundas e a despeito de todas as intrigas com que se tecem as histórias
superficiais dos povos, foi a transmissão de um legado, e só merece ser hoje
comemorada festivamente se esse legado foi dignamente cumprido.
***
Hoje, o Brasil, graças ao
movimento de 64, emancipou-se do mais cruel e estúpido imperialismo: o da ideologia
revolucionaria que, no mundo inteiro, inebria os ‘intelectuais’ e envenena as
fontes de informação. Sim, o que está poluído – como gritou o doutor Thomas
Stockmann no ‘Inimigo do Povo’ de Ibsen – não é o ar que respiramos, nem são as
fontes d’água que bebemos, é antes a trama de informações e o sistema de comunicações
da civilização em agonia. E dentro deste envoltório o Brasil deu ao mundo
inteiro uma lição de real independência. Resistindo à mais volumosa e eficiente
cadeia de calúnias e pressões, o Brasil de hoje repeliu os adversários de sua vocação
e proclamou, ou melhor, confirmou gloriosamente seus cento e cinquenta anos de independência.
O Brasil será um baluarte dos valores cristãos, ou não será o Brasil”.
Gustavo Corção. A independência do Brasil, O Estado de S. Paulo, 7/9/1972.
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