segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A independência: legado e lição [Gustavo Corção]


A independência do Brasil, por razões profundas e a despeito de todas as intrigas com que se tecem as histórias superficiais dos povos, foi a transmissão de um legado, e só merece ser hoje comemorada festivamente se esse legado foi dignamente cumprido.
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Hoje, o Brasil, graças ao movimento de 64, emancipou-se do mais cruel e estúpido imperialismo: o da ideologia revolucionaria que, no mundo inteiro, inebria os ‘intelectuais’ e envenena as fontes de informação. Sim, o que está poluído – como gritou o doutor Thomas Stockmann no ‘Inimigo do Povo’ de Ibsen – não é o ar que respiramos, nem são as fontes d’água que bebemos, é antes a trama de informações e o sistema de comunicações da civilização em agonia. E dentro deste envoltório o Brasil deu ao mundo inteiro uma lição de real independência. Resistindo à mais volumosa e eficiente cadeia de calúnias e pressões, o Brasil de hoje repeliu os adversários de sua vocação e proclamou, ou melhor, confirmou gloriosamente seus cento e cinquenta anos de independência. O Brasil será um baluarte dos valores cristãos, ou não será o Brasil”.

Gustavo Corção. A independência do Brasil, O Estado de S. Paulo, 7/9/1972.


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