sexta-feira, 3 de julho de 2020

O “aggiornamento” constitui um escândalo (D. Antônio de Castro Mayer)


Ora, caríssimos Sacerdotes, inúmeras mudanças, que se apresentam como outras tantas etapas do “aggiornamento”, tendem só a favorecer as comodidades da natureza humana decaída, e a diminuir o fervor da caridade para com Deus. Sob o título de dignidade humana reduzem o lugar devido a Deus na vida do homem, cuja autonomia é lisonjeada de todos os modos. Semelhante “aggiornamento” não se insere dentro da salutar Tradição católica. Nele o lugar da mortificação, da renúncia, é mais o de uma concessão a que dolorosamente, não se pode fugir, do que o de uma exigência positiva, como ensina o dogma do pecado original, ponto básico da Economia da redenção, a cuja amorosa adesão se há de conformar a vida cristã, que porá sua alegria na austeridade e penitência, com que o homem se prepara para a visão beatífica no seio de Deus.
Com o “aggiornamento” de que falamos, aliás, perde-se de vista a bem-aventurança futura, para se cuidar da prosperidade do conforto, da felicidade aqui na terra, como se o homem aqui tivesse sua moradia permanente.
Não é preciso mostrar como um tal “aggiornamento” constitui um escândalo, no sentido próprio da palavra, pois contribui para perder as almas.
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D. Antônio de Castro Mayer. Circular sobre a reverência aos santos sacramentos, p. 33.


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