Ora,
caríssimos Sacerdotes, inúmeras mudanças, que se apresentam como outras tantas
etapas do “aggiornamento”, tendem só a favorecer as comodidades da natureza
humana decaída, e a diminuir o fervor da caridade para com Deus. Sob o título
de dignidade humana reduzem o lugar devido a Deus na vida do homem, cuja
autonomia é lisonjeada de todos os modos. Semelhante “aggiornamento” não se
insere dentro da salutar Tradição católica. Nele o lugar da mortificação, da
renúncia, é mais o de uma concessão a que dolorosamente, não se pode fugir, do
que o de uma exigência positiva, como ensina o dogma do pecado original, ponto
básico da Economia da redenção, a cuja amorosa adesão se há de conformar a vida
cristã, que porá sua alegria na austeridade e penitência, com que o homem se
prepara para a visão beatífica no seio de Deus.
Com o
“aggiornamento” de que falamos, aliás, perde-se de vista a bem-aventurança
futura, para se cuidar da prosperidade do conforto, da felicidade aqui na
terra, como se o homem aqui tivesse sua moradia permanente.
Não é preciso mostrar
como um tal “aggiornamento” constitui um escândalo, no sentido próprio da
palavra, pois contribui para perder as almas.
***
D. Antônio de Castro Mayer. Circular sobre a reverência aos santos
sacramentos, p. 33.
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