Refere Baronio que no
590 de Jesus Cristo a cidade de Roma foi devastada pela peste de um modo tão
terrível que houve fundamento para receiar-se que aquela cidade se convertesse
depressa em um vasto túmulo.
Tendo sucumbido a
esta cruel enfermidade o Papa Pelagio II, foi eleito para lhe suceder S.
Gregório, chamado Magno. Este Santo Pontífice, vendo que se achavam esgotados
todos os recursos e precauções humanas, e que a peste aumentava todos os dias
seus estragos, tomou a deliberação de se voltar inteiramente para a Mãe de
Deus.
Ordenou, pois, que o
clero e povo fossem em procissão à Igreja de Santa Maria Maior, e que se
levasse por toda a cidade a imagem da Santíssima Virgem, que se julga ter sido
pintada por S. Lucas.
Era tal a violência do
mal que morreram oitenta pessoas durante a procissão. Deixou-se, enfim, Deus
abrandar pelas lágrimas e suplicas do Santo pastor e do seu desolado rebanho.
Antes do fim da
procissão viu-se, como no tempo de Davi, sobre a torre de Adriano, chamada
depois o Castelo de Sant’Angelo (do Santo Anjo) em memória deste acontecimento,
um Anjo revestido de forma humana, que metia na bainha uma espada
ensanguentada; e desde logo cessou inteiramente a peste.
Ouviram-se ao mesmo
tempo vozes no ar cantando estas palavras: Regina
coeli, laetare, aleluia; quia quem meruisti portare, alleluia; resurrexit sicut
dixit, aleluia, que significam: “Rainha do céu alegrai-vos, aleluia; porque
aquele que mereceste trazer em vosso seio, aleluia: ressuscitou como disse,
aleluia”.
O Santo Pontífice
acrescentou logo: Ora pro nobis, alleluia.
“Rogai por nós, aleluia”.
Era então tempo de
Páscoa; e por isso desde então a Igreja canta esta antífona em honra da
Santíssima Virgem nesse santo tempo.
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